"D. Dudu embriagava-se periodicamente, a cada viagem de
seu único filho..Ficava ébria constantemente, quando seu filho, Valdir viajava.
Não tinha quem a vigiasse e, encontrando, rebentasse suas garrafas de água
dura. Neste períodos em que
Valdir estava longe, tínhamos diariamente, espetáculos de
descomposturas pessoais, cismas e brigas sem ninguém..Espetáculos de pura
embriaguez. Monólogos de desacato a ninguém. Palavras de baixo calão em praça
pública.Sabíamos então que ela estava só. A parte que eu mais gostava, aquela
que me divertia era quando a velha negra Dudu, magra e destilando álcool vivo, descia as escadas que a conduziam a sua
casa, que tinha um jardim exuberante na frente, onde predominava hibiscos de
vários tipos e cores.Senhora Dudu descia as escadas em alta instabilidade.Mas,
sua mão direita, na descida não largava o corrimão de tronco fino quase liso,
que movimentava-se na direção do seu barra vento.A mão direita, livre
gesticulava, apontava o dedo indicador como se tivesse alguém na sua frente. A
cada degrau a pobre senhora parava para ver se conseguia vencer o seguinte e
xingava. Ficava pensando, vendo tudo aquilo.Por que ela ficava daquele jeito,
completamente bêbada, xingando e falando sozinha?Um grande detalhe:ela nunca
errava o caminho de casa e nunca esquecia a porta aberta.Sua casa parecia saída
de um conto de fadas era o resultado do carinho arte de Verdivar, seu filho. pobre Valdir. Era
proibido falar sobre D. Dudu e seu comportamento lá em casa”
Olimpia Perreira
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