quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Na minha adolescência, a palavra tortura era sussurrada .Não se falava nada relacionado com o regime militar de forma aberta, como agora. Tudo era abafado, escondido, encubado.Lembro que em 1976 um soldado, que nascera no bairro e era do mesmo tempo de papai,  amigo de minha avó e  que em épocas de festas ia visitá-la e desabafar suas mágoas com sua velha amiga; tenho ideia que  em suas atividades, presenciara alguma coisa, que eu não entendia muito bem o que havia sido, mesmo quando bêbado falava baixinho para vovó e se pranteava, tinha cuidado para que eu não ouvisse.Eu não gostava dele porque era beberrão.Não ficava na sala. Entre mim e vovó não havia segredos e a atitude sigilosa dele me excluia e, naquele tempo, eu tomei consciêcia de que sua presença era desconfortável. Nesse período seu comportamneto mudou. Ele passou a  comiserar-se, era ainda a década de setenta.."Arrabaldes", "roça",.bananeiras."Estrada Velha do Aeroporto...". " Sou culpado, D. Amélia. Eu não presto sou miseravelmente culpado" e chorava. As palavras vinham como gotas e o pranto era constante. Vovó sentada no seu trono, apenas ouvia, com seus olhinhos azulados cheios  de dó. Achava aquilo tão estranho..... O que ele vira? Até hoje não sei exatamente.Faço inferências com o período histórico que ora  temos conhecimento...Ele se ia e eu procurava saber. O que teve vovó? Sei lá.deve ter feito algo na corporação, sempre pintando... ele está bebendo muito, ainda tão jovem... Um dia, combinei com vovó para não mais o receber porque ele só vinha  a nossa casa bêbado e isto era odioso.Ficou combinado.Nos trancávamos no período festivo. Não somente por ele. Mas, por incômodos.Certa vez, lá vem ele. Vovó viu.Corremos e fechamos a janela da frente. Ele pareceu tê-la visto aberta  antes e ficou olhando, surpreso lá da escada, incrédulo.Olhávamos pela greta da porta que estrategicamente nos permitia ver a entrada toda a escada. Deu meia volta e se foi e depois de não nos encontrar mais desistiu.Também vovó adoeceu e foi internada. Quando teve alta nos mudamos para a casa de titia e não retornamos nunca mais para nossa casinha.Nossa ausência e o posterior  falecimento de vovó. Não sei se vive.Espero que não me leve a mal se souber disto.Risos
Maria Nunes. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Ela ficou só

Foto de Maria Nunes.

Foto de Maria Nunes.

Foto de Maria Nunes.




Foto de Maria Nunes.

Foto de Maria Nunes.

Foto de Maria Nunes.

Beleza na casinha

Foto de Maria das Graças Nunes.
Foto de Maria das Graças Nunes.
Foto de Maria das Graças Nunes.

Cerâmica na Cozinha.

Foto: Maria das Graças Nunes
Algo muito importante na cozinha: objetos de cerâmica.Que eles tenham um lugar especial.

Campestre Campinho

Maria Nunes.
 Em uma saleta muito pequena que serve como biblioteca uma mesa e um banco de dois lugares. Um abajur retrô, flores campestres e jarras de vidro gêmeas para encantar. Um difusor que foi presente de uma colega de trabalho. Tudo muito doce e suave.

Brinquedinhos

Foto de Graça Nunes.
Bom incluir brinquedos na decoração da cozinha. Eles dão um toque de beleza e mágica em um ambiente especial, ond ese pratica o amor. Cozinhar é um ato de amor.
Maria Nunes.

Anjinho Barroco

Foto de Maria Nunes.






















                                                  





 

Flor no Balde



Sim, flores, onde quer que estejam dão o toque de beleza.