segunda-feira, 22 de abril de 2019

O Guanabara

O Guanabara era uma casa noturna que só funcionava aos sábados à noite. Ficava no Feitas Henrique de Baixo. Da nossa casinha podíamos ver a sua luz neon e o pessoal entrando e saindo. Homens e mulheres, na maioria jovens na idade da farra. Mas, certamente que pessoas de mais idade frequentavam os folguedos do Guanabara, que ficava do outro lado do vale e, em miniaturas víamos os casais em movimento, conforme a música, que chegava nítida aos nossos ouvidos indo e vindo. A tecnologia sonora nem beirava a de hoje e festejos assim, já eram eventos incomodativos, aborrecia. Eram bailes na casa de baile. Diziam que o lugar era familiar. Contudo, vez por outra, ouvíamos som de pancadarias, quebra-quebra, confusão, correrias, muitos gritos femininos e vozes alteradas.Se abríssemos a janelinha dos fundos, veríamos mesas e cadeiras voando e todos a correr, gente em luta corporal; fim de festa....Ríamos muito com isto e era um alívio; a festa era interrompida .Durante um bom tempo o Guanabara foi referência. O dono era amigo  ou era o próprio vereador do bairro, Canuto, cuja irmã era frequentadora da nossa casa e ele também, em época de votos. Todo aquele tempo descansa no pó do esquecimento para muitos entre nós, que vivíamos naquele  bairro.  Para outros não; têm estas coisas na memória, são lembranças pitorescas de um tempo ainda aceso em nossos corações e mente......Ainda me lembro.A maioria daquelas pessoas, que rodopiavam ao som das músicas orquestradas no Guanabara não tem mais nem as cinzas.
Maria Nunes. 
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terça-feira, 9 de abril de 2019

Jogos da convivência.

Animal e gente tem muitos pontos comuns.. Na convivência com as pessoas jogamos o tempo todo.Com os animais  não é  diferente.Eles jogam o tempo todo conosco. Incrível e eu não tenho mais paciência....

Dois Lacinhos

As pessoas  que amam animais enlouquecem a si e os bichinhos. Por estes dias fui providenciar os mantimentos dos bichos agregados aqui.Nina foi comigo. Na verdade ela é quem me leva. Eu vou puxada por ela aos trotes, desafiador.Sou a cachorra dela. Com Breuta era pior... Mas, como eu estava falando, fomos a casa de ração..Na saída quase que nos encontrávamos, de frente, com uma dupla inusitada, para mim. Um rapaz e uma cadela. Se via que era cadela apenas por causa de  lacinhos sobre as orelhas enormes relaxadas de cada lado da face de pastor alemão, bem mais e muito triangular. Me faltam palavras para descrever. Um animal estranho para mim. Fitou-me fixamente(parecia me conhecer) era como se me dissesse :Vocêeee!? Eu disse é uma cadela.A figura me provocou risos. Era filhota. O rapaz falou alguma coisa para mim que eu não entendi e, ambos a passos sicronizados entraram na loja. O mundo que se danasse.....Parece que a cadela excêntrica gostava dos lacinhos.Eu e Nina, também seguimos nosso caminho. Nina não viu a beleza, mas deve ter sentido. Ai esta vida de cachorra....
Maria

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Fim de tarde

Fim de tarde é algo sem explicação.Transição do dia para a noite, um instante pessoal.Como eu me sinto no fim de tarde? Dependendo de onde eu esteja saudosa. Se eu vacilar fico triste, querendo chorar. Posso me deprimir....Graça.