sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Minha história religiosa.

 

Deixei de ser católica muito nova. Mas, apoiava, parcialmente, minha avó na crença dela; ela era católica.... A igreja que eu frequentava, um local de reunião. Sem cultos, a reunião comumente, em duas partes: discursos e considerações bíblicas; leituras bíblicas, treino para evangelizar, oratória, definições de comportamentos configurativos do temor a Deus; duas orações, uma para começar, outra para terminar, três cânticos de louvor, sempre estudos da bíblia, sem gritos, sem batuques. Sobriedade. Gratidão.(Ainda não concluí)
Graça Nunes.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Himalaya, Land of Women | Full Documentary | SLICE

O florista do Tororó.


 Era um sobrado e ficava em uma esquina. A rua Amparo do Tororó, que é um bairro de Salvador,  Bahia. Ficava já na parte, que tem um declive, na rua Amparo . A penúltima casa, antes de uma esquina. Um sobrado. Enorme a casa.  Era ali que o Beto morava. Beto ficava sozinho em um andar. Sua mãe morava embaixo, com seus netos e filha. O  tio de Beto afirmava que havia sido preso e torturado na época da  ditadura militar, neste país. Para isto se torcia o nariz e olhava-se de viés, diziam ser alucinação dele, porque era cachaceiro e drogado; ele morava com a mãe, um pouco mais velho que Beto, que era mais novo que eu. Na casa de Beto se fazia um chá e tomava-se chá com cuscuz, manteiga. Conheci Beto por um amigo; o Marinho. Na ocasião Beto fazia Filosofia e vivia tentando superar a perda do pai. Ele havia tido muitos problemas com seu pai, talvez por isto, a morte de seu pai foi um acontecimento traumático para ele. Em uma parte parte do sobrado, uma lojinha um pouco abaixo do nível da rua, morava Seu Abntonio, uma pessoa tão pequenina e delicada, muito frágil e já idoso.

Seu Abntonio era florista. Fazia flores maravilhosas. Recebia muitas encomendas. Fui lá uma vez e entrei em sua pequena casa. Tudo muito limpo. As flores estavam todas em recipientes, com etiquetas. Todas, uma obra de arte. Senti que seu Abntonio  não gostou muito de mim. Senti-me estranha na casa dele, apesar de ter gostado da casa e não dei muita bola para a ponta de rudeza com que me tratou embora educadamente. Tratei-o elegantemente, estava em sua casa e já havia percebido que ele talvez preferisse que os meninos levassem um garoto, em vez de uma garota negra. Não uma garota. Entendi tudo. Só entrei esta vez. Ele não entendeu eu estar com os meninos. Mente suja. Mas, eu não sabia tudo sobre a vida daquele homem, digno de pena para mim. Parecia adoentado. Sozinho naquela casinha com apenas uma janela que dava para a rua, no verão poderia ser muito quente e no inverno, mofada. Sua casa ainda esta lá. Uma janelinha e uma porta.

Era o território de seu Abntonio.Certa vez, era dia claro, cheguei lá e ele estava com a porta cheia de rapazes com receptáculos cheio de flores. O pessoal que trabalhava para ele; vendedores de flores. Sim, ele era um florista, um homem idoso e solitário. Cheio de história. Preconceituoso. Não gostava de gente de pele escura. Misógino, não gostava de mulheres. Mas, era pobre e morava naquela casa, na lojinha da casa da mãe do Beto. Acho que alugava. Queria saber mais sobre a figura. Mas, os meninos muito discretos e educados não quiseram entrar em detalhes. Tive vergonha e parei de fazer perguntas. Mas, pessoas como aquele homem, tomava espaço em meus pensamentos. Gosto de saber da vida alheia. Elas se tornam sempre histórias especiais. Principalmente as que têm singularidade. Gostaria de saber de onde aquele velho tinha saído. Sempre morou em Salvador? Era filho de quem? Por que era florista?

Depois de certo tempo soube que o Sr. Abntonio havia deixado a carne. Fiquei triste. Mas, as pessoas envelhecem, esclerosam-se e quebram o fio da vida. Todo mundo é assim do polo Norte ao polo Sul , de Leste a Oeste do mundo. Aconteceu com ele e com muitos. Todos os dias morrem milhares de pessoas. Todos os dias nascem milhares de pessoas, para morrer dias, semanas, meses anos depois do nascimento. Por que o florista não morreria? Morreu; como qualquer outro homem e morreu depois de ter vivido um bom tempo e ter feito muitas flores. Nunca esqueci a casa dele, fiquei impressionada com a ordem. As flores de tons sempre delicados e formas variadas. Nunca havia visto flores daquelas, desde o último casamento que fui. Mas, confesso a beleza e o formato, o colorido eram menores em relação as do florista. Puxa! Sr Abntonio era uma entidade.

 Faz um bom tempo que soube de sua morte. Nunca mais tinha visto Marinho. Ai, numa tarde destas de outono, encontrei-me com ele na rua do Desterro, próximo de sua casa. Rimos muito. Não podíamos conversar muito eu tinha muito o que fazer naquela tarde  morna e coincidentemente, o Marinho também. Então foi um papo curto de perguntar e responder sobre  algumas pessoas lembradas e nossas histórias. Como andávamos pelo centro da Salvador toda. Tudo se afastou. Ficou para trás.Até nossa amizade e grande companheirismo. A gente parecia casal e não éramos, não podíamos ser.  São boas lembranças. Histórias engraçadas. Papos sem igual. Passeios, música...Foi um tempo de muita intensidade. Uma amizade boa. Uma fase complicada na minha vida, onde eu começava a descobrir meu espírito boêmio. Achei pessoas que eram companheiras de verdade e me ajudaram a cruzar uma longa ponte, bastante tremula e passar por um rio de águas profundas, com sentido, para não me perder. 

Lembro de Sr. Abntonio por causa de Marinho e Beto. Eu amava o Tororó. Nos reuníamos muito, para comer e beber e papos quentes. Nunca jogávamos conversa fora. Éramos metidos,  achávamo-nos reis e rainhas da cocada morena, na Bahia  e acho que a gente era mesmo. Beto faleceu nos anos noventa.Ainda muito jovem. Estava em outro lugar do Brasil. Não morava mais em Salvador. Antes disto, uma de suas sobrinhas também morrera. Não sei mais de Marinho. Mas, nunca esquecerei Sérgio seu grande amigo seminarista, advogado que virou procurador federal e ai teve que calçar sapatos, porque andava de sandálias havaianas, chinelinhos, vestisse o que vestisse. Foi morar em Brasília e não se tornou padre. Um doce o Serginho. Um rapaz rico, materialmente rico que não se tornou padre. O sobrado só vive fechado. 

Estou seguindo em outra posição, na mesma estrada, acho que um pouco atrás de tudo. Escolhi seguir assim, a forma mais confortável que achei. Depois de me separar daquelas pessoas, muitas outras histórias, que posso contar em outra oportunidade. Talvez a gente, vivendo e caminhando, ainda se encontre. Estamos indo no mesmo sentido; em frente marche!

Graça Nunes.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Joan Baez canta "Diamonds And Rust" ao vivo (1978)

RNA a mídia celular.

 

As pesquisas genéticas iniciais, em células de animais metazoa(multicelulares), foram realizadas com RNA. Ele está no citoplasma; o DNA fica muito protegido, encapsulado, dentro do núcleo celular de células eucariotas(células que contém o núcleo limitado por membrana dentro da célula, separado do material do citoplasma). Mais acessível, o RNA é bem conhecido. Talvez por ele, se deduza muito mais o DNA, uma vez que o RNA é um sistema de informações, sobre o que está dentro do núcleo celular. O organismo vivo é um sistema de comunicações, muito ativo e altamente vital. Estamos a frente de muitos estudos que eram realizados, há mais de setenta anos atrás. Nos anos setenta, eu soube que estes estudos tinham registros desde dos anos 1940, quando os cientistas continuavam estudos anteriores.....Pense ai.
Maria das Graças Nunes.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Então, é assim?

 "Na Mitologia Grega, quando uma jovem está no campo colhendo flores, em um prado, alguma coisa ruim está para acontecer",(Renaud Gagne, MCGILL University) Falando sobre  "Os Deuses do Submundo", referência a Perséfones antes de ser raptada por Hades.

Abrolhos, rapaz!

 

Um jovem estudioso, exemplar na sua conduta. Continuou assim , depois da maioridade e idade plena. Em um mundo onde não se suporta pessoas de princípios e valores, pessoas com brilho próprio, ocorreu uma combinação para destruí-lo na sua própria pessoa. Aquelas pessoas, com as  quais ele se sentia lisonjeado e pensava-se honrado, combinaram para jogá-lo na lama. Era algo sútil. Ele não sabia disto, ninguém lhe disse nada, ele engodado pelas aparências, não percebia; ele envolvido, não suspeitava, estava de coração aberto.Queriam tirá-lo do pedestal, que ele construíra com muita luta, lutando arduamente; ele nunca imaginava sobre isto e vacilava. Queriam enxovalhar sua pessoa. Ele precisava de um alerta, uma pista; um abrolhos! Deus , por favor cuide. Porque aquilo, que lhe faz sentir-se bem, pode ser um meio.
Graça Nunes.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Lapinha, Salvador, Bahia.

A Lapinha é um lugar muito significativo para esta cidade. Relacionada com fatos históricos. Muita coisa mudou, por lá. Uma história que passou. Abaixo a imagem bem antiga da Lapinha, na parte superior. Embaixo, na parte inferior da gravura, São Joaquim, na primeira metade dos 1800. Neste tempo eu era uma possibilidade, inconsciente. Mas, meus antepassados já estavam residindo nesta cidade.
Graça Nunes.
Imagem:http://www.cidade-salvador.com/imagens/sao-joaquim-antiga.jpg?fbclid=IwAR06FUBw6XcmIjgvGjlCMGS0s8cDYivB8yDsOuPEvuDol7mRqgCwysSh_1I
http://www.cidade-salvador.com/imagens/sao-joaquim-antiga.jpg?fbclid=IwAR06FUBw6XcmIjgvGjlCMGS0s8cDYivB8yDsOuPEvuDol7mRqgCwysSh_1I

 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

A primeira influencer do Planeta Terra

 A Serpente do Éden falava, persuadia.Acho que aquela serpente foi a primeira influenciadora, no planeta. Influenciou Eva, que se tornou influenciadora,  para Adão, seu companheiro,segundo o relato. Depois de fazerem, segundo seus próprios pensamentos, criaram a sua filosofia e ao ouvirem a voz de Deus, o Eterno, foram se esconder. Bem, Eva foi notável, nesta História. Lamento, que tenha sido dessa forma,  em um sentido negativo. Mas, a mulher é sempre aberta

Janeiro, data

 

Este mês tem uma lembrança desagradável. Inesquecível. Um dia memorável e triste. A partida de papai,  no começo de dois mil e doze. Mês de Janeiro, não neste dia. Agora, não lembro a data inteira.Mas, foi depois do dia seis de Janeiro. Lembro que na primeira semana de Janeiro eu não voltei para o trabalho e na segunda-feira, seguinte, recebi de forma tempestuosa a notícia de que se sentira muito mal e estava internado. O chão faltou e eu me senti flutuar. Contudo estava entre amigos. Tive apoio.No meio das festividades de Senhor do Bonfim da Bahia. Foi numa manhã de domingo. Foi tudo muito confuso para mim, embora ele não estivesse mais saudável, estava desenganado e eu não fosse uma garotinha. Mas, não importa o que sejamos, onde estivermos, perder um ente querido é muito doloroso. Entristeci, emudeci, chorei um pouco. Sempre em momentos de crise eu entro em comiseração íntima. Paro no tempo e no espaço. Como que para me refazer, para uma batalha...Depois religo. O tempo não para. Com o passar do tempo percebi que tinha de ter um norte. Eu não morreria junto com ele. Ninguém morre com ninguém que ama, ou desama a não ser, por acidente, um imprevisto.....Não queremos morrer e tudo que fazemos é por isto. Eu não me desesperei. A morte é algo que acontece mesmo. Encarei tudo, entendi, que o que eu não fizera antes, não valia mais. A culpa me ameaçava, com caretas. Faz isto o tempo todo. Meus irmãos(todos paternos) estavam em equilíbrio, como sempre. Eles têm seu jeito  de encarar situações. Conviviam diretamente com papai. Eu não. Convivi com ele pouco tempo. Na primeira infância. Ele se casou, mudou-se da nossa casa. Depois de seu casamento, semanalmente estava com vovó, sua mãe, em dias alternados. Conversávamos, ríamos. Ele era meu irmão mais velho, um grande amigo. Eu podia contar com ele. Ele me aceitava inteiramente, apoiava tudo que eu fazia e não suportava me ver chorar.... Depois do enterro, estava com fome e muito fraca, ofereceram-me comida almocei na casa de meu irmão(paterno, até aqui; a única vez), comida muito boa feita pela esposa dele e depois voltei para o cantinho, comigo mesma, lutando contra a dor, que se somava a outras, de outras perdas; onde eu fiquei lembrando da nossa história e como não poderia deixar de ser, estava depois de certo tampo, imersa em grande bom humor e rindo das misérias e das coisas terríveis, marca registrada de sua pessoa. Fiquei muito triste, no dia do enterro. Não foi possível vesti-lo bem, para o seu enterro. Apenas uma calça e uma camisa. Ele que amava vestir-se bem... São medidas atuais, políticas de tempo...políticas do cemitério, para os pobres. Ele era muito popular. Mas, poucas pessoas foram ao seu enterro. Muitas não souberam e a maioria de seu círculo de amigos já tinham partido. Só titio faz parte deste grupo. Estava presente com um semblante resignado. Seu irmão partira, ele sentia grande dor. Mas, se continha.Fiquei um tempo em dor e para baixo. Não publicava minha dor. Poucas pessoas sabiam. Eu tive que me consolar sozinha e uma vizinha amiga com a qual eu encontrava na rua, quando ia ao mercado me dizia, palavras de estímulo.   Tempos depois o consolo de vê-lo, em claridade, com um exuberante terno azul, azul, camisa alva por baixo do paletó e uma gravata bem colocada, combinando com tudo. Sorridente e aparentemente bem...Algo inesperado entre o sono e a vigília, coisa de Nosso Pai Eterno, que nos vê sem trégua, penso assim. Tudo foi passando. Esta visão me confortou. Quando a dor que salientar-se, empolando as memórias, esta lembrança joga água na fervura. Mas, as lembranças continuam, enquanto é possível lembrá-las.Eu sei a história de meus antepassados.A história de papai, desde seu nascimento, foi-me contada por vovó. Isto é importante, para mim. Que Deus tenha-o junto a si. Melhor lugar. O fim comum de todos. Paz de Jeová para mim, para o mundo todo.
Graça Nunes

O gadareno livre não importava

 

Quando Jesus expulsou a Legião de demônios que estavam no corpo e , portanto, na vida de um homem, os demônios pediram para irem aos porcos. Não sabemos o motivo. Mas, devia ter motivo para estarem no homem, para quererem ir para os porcos. A região era famosa pela suinocultura. Jesus permitiu que fossem para a manada de porcos. Os porcos se desesperaram e lançaram-se por um despenhadeiro abaixo, ao mar. Os guardadores dos animais ficaram também em desespero, foram relatar aos seus patrões, pessoas importantes na cidade. O homem atormentado, estava livre, queria ficar com Jesus. Mas, este o orientou a voltar para sua casa. Os grandes da cidade não gostaram da situação. Foram procurar Jesus e mandá-lo sair da cidade. Consideraram o prejuízo material, a questão econômica. Não era interessante, para eles, a nova situação do homem. Para eles, questões espirituais e o bem estar do próximo estavam abaixo do lucro. Somos assim.
Graça Nunes.(Histórias Boas)
Imagem de google.com.
O que o endemoninhado gadareno tem a ver com os usos e costumes?

Jesus na Manjedoura.

 

Comemorou-se o nascimento de Jesus. Não sabemos se algum
dia, enquanto estava encarnado, humano, ele pedira que se comemorasse seu nascimento. Sabemos que ele, na sua última comemoração pascoal disse, conforme os Evangelhos que fizessem a divisão do pão, em comum e do vinho, em comum, como memorial. Deviam sempre lembrá-lo em comunidade. Mas, a comemoração do nascimento de Jesus é algo instituído pela Cristandade, é um bom lembrete em função da criança, da família, dos animais, da vida simples e contente. Jesus o Filho de Deus, numa manjedoura tem uma simbologia muito eficaz para a vida humana. Podemos ver a diferença entre quem considera isto e quem não considera. A prática da compaixão. Ago muito fundamental na vida humana
Graça Nunes.
Imagem de google.com.
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