quarta-feira, 29 de julho de 2020

Despertar

D. Dió era uma senhora cheia de superstições. No tempo dela, as casas não tinham água encanada, não havia saneamento hidraulico, até mesmo em bairros, assim e assim. Sempre tinha que ter uma fonte (poço) de água, nas casas ou uma por perto e tinha de ter alguém para carregar esta água e trazer para casa. D. Dió morava em uma avenida de casas que ficava acima da fonte. Todos, que residiam ali desciam, para carregar água na fonte, lavar roupas na fonte e havia também um riacho.Ela também ia  , com uma lata de  metal, carregar o precioso líquido,para abastecer a casa onde morava, com sua filha e genro. Certo dia esta mulher, desceu a fonte e voltou transtornada, dizia: tem alguém montado aqui nas minhas costas. Não se via nada, não tinha ninguém.Sua filha, uma pessoa muito fria e que não considerava muito,como realidade, o que a mãe dizia ,disse: "mãe, a senhora tá sentindo isto, porque deve ter pegado a lata de mal jeito". D. Dió estancou da aflição que estava e consertou o corpo e, como se despertasse de algo, se sentou. A filha, trouxe-lhe água:"beba mãe e deixe de agonia" . A senhora bebeu a água e ficou quieta. Talvez porque, chamada a realidade desmontou quem montava nela. Sempre temos impressões. As vezes não temos força e energia para administrá-las. Precisamos de outro, que ajude-nos a abrir os olhos de nossa alma.A observadora ficou impressionada e nunca esqueceu desta história. Até hoje, ainda tem, nitidamente, todas lembranças.....
Collete Zolah.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Lembrando.

As vezes relembro pessoas que não me me conheceram.Figuras publicadas em jornais, revistas.Aquelas pessoas que o mundo passa a conhecer. Elas me aparecem a partir de imagens que fazem um elo, como por exemplo, o vídeo de um pavão albino/branco, publicado a pouco tempo aqui nesta página coletiva, por uma amiga do Face, lembrou-me Clóvis Bornay, que puxou Evandro de Castro Lima.Mas, a primeira imagem foi a de Clóvis Bornay, com seu jeito cuidadoso, leve, glamouroso e picante.Leve muito leve.Ele pertence ao tempo da beleza do Carnaval no Brasil.O Carnaval carioca.. A arte é o grande conhecimento dele.A arte carnavalesca.Sabia se mostrar.Ele era sublime na sua arte, cuja base era a beleza e o esplendor.Naqueles tempos tinha-se o que ver nas revistas, geralmente depois do período carnavalesco.Clóvis era lúdico.Um príncipe solto no Carnaval do Rio de Janeiro. Divertia-me muito vê-lo com suas indumentárias nas revistas “Manchete” “O Cruzeiro” fotos coloridas, no jornais em preto e branco. Fantasias caras e laboriosas, preparadas com antecedência. Desfilava todo ano em escolas de samba e sempre ganhava prêmios de beleza por suas criações no Baile de Fantasia que antecedia o Carnaval carioca.Ele Evandro de Castro Lima e Mauro Rosas eram figuras estonteantes do Carnaval carioca. Haviam outros. Mas, estes se destacavam., no Salão de Baile de Carnaval. O que levava ao pavãoneamento não sei e não quero me preocupar com isto agora. Quero somente lembrar dele, que foi uma marca registrada na História do Carnaval Brasileiro. Ele não era só carnavalesco. Museólogo, servidor público, no Museu Histórico Nacional e brincalhão.Viveu 89 anos. Tinha um olhar de criança. Muita bondade. Clóvis Bornay faleceu em 09 de outubro de 2005.
Isso é tudo por hoje