domingo, 18 de julho de 2021

Os gigantes de penas.

Em 2006, em janeiro, começo do ano, adquiri quatro pintinhos. Não sabia nada sobre criar galinhas. O vendedor me garantiu que eram três meninas e um menino. Voltei com eles em uma caixinha de papelão, cheia de preocupação pelo bem estar deles, na viagem.  Chegando, foram para uma gaiola. Da qual saiam todas as manhãs para recrear, depois eram engaiolados novamente. Cresceram a gaiola ficou pequena. Havia uma mesa velha; fiz um piso  de madeira para a mesa, fechei com tela de galinheiro. Mudaram de casa. Cresceram. Um galinheiro foi construído na varanda do lado.. Cresceram. Um galinheiro maior. Meses depois, verificando a noite o vulto de uma bola branca no piso do galinheiro. O primeiro ovo. Beleza!!!! Mas, galinhas precisam passear. Criar galinhas e ter que sair para trabalhar, é oxidante. Criava com muita responsabilidade. Acordar às cinco da manhã alimentá-las  soltá-las. Prende- las antes de sair para o trabalho. Lá, passar o dia todo com o pensamento ocupado com eles. Aqueles quatro pintinhos haviam crescido e eram , não quatro galinhas e um galo. Mas dois galos e duas galinhas, enormes. Chamavam atenção.

Receberam nomes adequados. Gertrudes era a galinha "red". Mocinha era a gorda pintada seu vestido que era um sonho de bolinhas, encantadora  ave. Rolland era um galo de aparência muito rara. Penachos branco, violeta, azul. Castanho com potinhos vermelhos e verdes. Um encanto um príncipe violento. Um guerreiro. Esbelto e atacante um grande galo 🐓 de rinha. Batuta redondo, gordo, pesado era o chefe. Rolland era o galã. Ambos com mais de cinquenta centímetros de altura.  Um dia fui surprendentemente atacada pelos dois.  

Final de semana e eles estavam lá no fundo. Fui levar- lhes milho. Um lanche, como uma humilde e dedicada serva. Servi-os ao virar-me para retornar, escapei por pouco do ataque de Rolland, voando alto, direção da minha cabeça.  Correr, correr, muito rapidamente com Roland aos vôos e batuta com o bico em riste, no ataque. Fiquei mal. Mas  vendo- me  salva,  pela grade e achei engraçado . Tem de cortar o esporão deles. Ah, sim. Quem faria isto? Passei a ter cautela com eles.

Descobri que tinham certo respeito a vassoura de ferro. O rastelo. Quando precisava chegar mais perto, sempre armada com o rastelo. Isto foi por um bom tempo.Certo dia,um imprevisto, me acometeu. Sofri um acidente que me limitou bastante. Como cuidar deles? Precisei da ajuda de vizinhos, pessoas amigas próximas. Escolhi Bárbara Magna, uma jovem senhora que eu conhecia de vista, foi- me apresentada. Contratei-a  a cuidar da casa  de mim com o salário inteiro e ela disse que pagaria a  sua previdência. Assim foi. Bárbara tornou-se uma pessoa muito querida. Ela, seu marido e seus filhos, tornaram-se pessoas de consideração. Depois que tudo passou, dispensei-a de todo os dias. Viria apenas periodicamente. Fazer faxinas, até encontrar outro emprego. Todas as pessoas que me ajudam ficam bem depois. Ela conseguiu outro serviço e hoje trabalha em prestação de serviços de limpeza, no judiciário.

Quanto aos gigantes, Batuta e Rolland transaram muito com Mocinha e ela foi ferida pelas garras deles,  algo muito trágico para mim, impotente, sem poder cuidar deles.  Mocinha faleceu. Permiti que Rolland fosse sacrificado, ele estava muito violento..  Batuta, o outro galo atacou Leonardo, o meu ajudante, certo dia, quando ele chegou pela manhã para trabalhar com o Sr. Joselito, seu sogro; estabeleceu- se uma degladiacao. Leo defendia-se sem violência, tentando afastar Batuta com o serrote. Batuta investia, isto durou até que Batuta caiu sobre seu próprio esporão e feriu-se profundo. Aí ele amoleceu um pouco e Leo fugiu dele.. percebi que algo sério aconteceu. Cuidamos do ferimento de Batuta em equipe. Eu, sozinha, não podia. Devo ao Sr. Marcos a atenção de tratar de Batuta. Não foi fácil.Animal pesado, grande, com um buraco enorme no quadril..

 Batuta ficou bom. Depois foi imolado pela velhice. Algo a contra gosto. Mas impostadamente necessário pelo desejo de sua macia carne, granjal. 

Gertha( Gerthrudes, a red),morreu de velha, em uma touceira de capim onde resolvera fazer ninho.

Mas, depois desta quadra,  chegou a  haver muitas cabeças de galinha aqui. Muitos ovos. Nenhum pintinho nascido aqui vingou. Houve tentativas  como o pintinho de pescoço liso, uma gracinha, nascido aqui, nomeado Xerxes. Morreu ainda pintinho. Quem o chocara e adotará como filhinho fora Patinho, a pata principal, que nunca tivera patinhos. Ou tinha mais sentia-se galinha, por isto preferia maternar um pintinho gazo de pescoço liso. Era muito lindo ver  o cuidado da  Patinho com o pintinho de pescoço liso.Havia muitas galinhas de pescoço liso. Mas, quem era a mãe de Xerxes? Difícil saber. Pois bem. Só os patinhos que nasceram aqui sobreviveram.  A população de Patos  cresceu muito e rapidamente. De todos penosos resta a pata Outra. Está no lá fora sozinha. Sinto muito por isto.

Graça Nunes

terça-feira, 13 de julho de 2021

Os vendedores ambulantes

 Naquele tempo, todo vendedor era ambulante e se fosse de pele escura, era vendedor. Fosse de pele clara, era gringo. Eu não sabia a dimensão do que era vir de outro lugar. Mas. Ficava bem claro que gringo era ser diferente. Meu pai dizia. "Que fala outra língua, diferente da nossa. Fala e você não entende porque não sabe a língua dele". Mas o homem do espelho, o que vendeu o espelho para vovó, falava como a gente. Entendi tudo que ele falou." Ele é daqui mesmo, brasileiro. Mora aqui por perto deve ser vizinho da gente aqui." Onde? "Em qualquer uma embocadura destas, por aí. Ele é apenas uma pessoa que luta para sobreviver de forma honesta. Vende. Não quer ser ladrão. Oferece. Compra quem quiser. Mamãe compra porque gosta de dar o dinheiro dela  por besteira." Provocava ..

Eu já sabia ler e fazia boas contas. Noves fora, me intrigava. Me encantava com o mascate. Ele carregava tudo nas costas e tinha um maço de cartões de cor bege, do tom mais claro até o mais escuro, em uma das mãos, presos pelo meio por uma borracha , já bem elástica. O que ele carregava? Desde de flanelas até objetos de cozinha. Eles que introduziram a panela de pressão nos arrabaldes e em anos seguintes a colcha chenille de diversas cores e várias novidades. Pratos e canecos de plástico. O plástico estava em alta, no meado dos anos sessenta. Amávamos o plástico. Na escola nossos utensílios de merenda eram de plástico prato, copos e canecas e até colheres. Alguns colegas comiam o plástico desses objetos. O colorido vivo do  material chamava a ânsia da fome, para além do bocado. Mas , o plástico tinha limites. Não ia ao fogo. Não prestava para vovó. Um utensílio bom era o que não derretia. Então, estava fora. Não tínhamos geladeira. Então o plástico era apenas um enfeite que podia ser esquecido se não service para brincar. Vovó achava que fazia mal. Ela estava certa. Pois bem os "galegos" levavam muita cor na sua bagagem de porta  porta e calculavam tudo muito rápido. Eram bons lo de conta. Por que se comprava muito de suas mercadorias? As facilidades de pagamento e a comodidade. Estava na  nossa porta. Hoje tem-se mercado  virtual com  prazo para chegar, sob certos monopólios. Àqueles vendedores estavam com várias lojas nas suas costas. Eles ainda existem. Andam de moto. Mas podem vir de carrinho improvisado, carrocinha. Estão sempre passando e continuam vendendo. Espero que nunca tirem a mercadoria do alcanse de suas mãos. São trabalhadores.

Graça Nunes




sábado, 10 de julho de 2021

Capotão, Risos!!!

 Este inverno é mais inverno que os que já vivi. Como não temos costume de baixas temperaturas, não temos agasalhos adequados para graus de frio mais frios. Risos. Tenho um capote da "Square Man" comprei no brechó, aqui no bairro,porque achei de rara beleza, um capotão masculino. Não foi barato.Sempre o deixei de molho. Sempre o achei muito quente. Não gosto do seu talhe, nem do caimento.Mas, como ele tem me servido! Meu Deus! Gratidão!

Graça Nunes.