sábado, 22 de maio de 2021

Como não se queima,r pisando sobre brasas?

 As lembranças cruéis, odiosas vinham sem ela chamar. Lembrando, ela se perguntava: como aguentei tudo isto, meu Deus!Lágrimas desciam suavemente como rios em terra plana. Sua dor era grande , tentava desviar o pensamento, mas lá estava ele , com um semblante sádico, olhando-a com desdém. Ela não era nada, além de um traste para aquele homem. Ele a chamava de animal. Uma vez ele lha disse: " Pensa que casei com você, por causa de tua cara?" Ela pensava. A princípio talvez fosse. Mas, era apenas mais uma coisa. Ela sabia que se houvera algum tipo de amor foi muito superficial, rápido. Ele buscara motivos. Não se apegava a nada nem a ninguém. Ela poderia perguntar em seguida: " E por que foi?" Mas, para que perguntar se ela mesma já sabia a resposta e fora ela quem apostara nisto. Algo errado. Uma ação para infelicidade. Ela o havia comprado. Ele se vendeu. A sua situação e seu caráter, favoreciam isto. E, por que não admitir? Ela se aproveitara da fraqueza dele. Investiu o que pode. Não teve dó, não se olhou. Ela não se valorizou. Agora ela engolia toda a sua crueldade. Quando ela estava no papel,  usando todas as armas, não viu nada. Não porque não visse. Ela estava decidida a fazer e fez. Ela não merecia nada.

Agora estava no buraco, sendo agredida verbalmente. Tinha de aguentar. Ele não sabia exatamente quem ela era. Se revelava para ela como um marido frio, grosseiro, sem consideração. Ela apostava em consertar as coisas. Ainda não queria admitir a derrota que causara a si mesmo. Uma pessoa quando começa a perceber o que se passa e  se ver na situação; pode nesse momento decidir sua vida. Ela não olhou mais para a cara dele. Ele havia saído do banho, estava com a toalha envolvendo seus quadris e suas coxas. Um homem sarado, jovem. Teria um futuro brilhante se quisesse, se pudesse. Fisicamente, ele podia. Mas, porque não se dedicava? Porque algo em sua própria vida o havia marcado, ao ponto de  não permitir que ele almejasse outra vida. Ele não podia ser diferente, embora tentasse. Sim, ele tentava. Mas, outros aspectos o puxavam na direção oposta. Ela colaborara com estes aspectos, sem saber e entrando na vida dele de forma brocante e chamando-o para sua vida de forma impensada. Estavam ali.

Mas, fazia parte de seu eu, não querer desesperar-se facilmente. Mas, perdia o controle sim. Muitas vezes. Agia como louca. Estava diferente. Sua vida a transformara. Mesmo sem louca paixão ela achava que seria bom casar-se com ele. Poderia ter um ou dois filhos, ter a sua família. Seus filhos certamente que seriam lindos. Ele era bem aparentado fisicamente e ela se sentia bem. Quando ela o viu, teve a certeza de que se casaria com ele. Que ideia foi esta? Algo estranho. Seriam felizes. Ele aparentou para ela uma pessoa simples e boa. Mas, esta ideia tintumbeou um pouco,  quando ela o viu por trás de uns tabuleiros no congresso religioso.Ele devorava uma talhada de melancia. O seu semblante rosado e seu olhar injetado, revelava que estava saciando uma grande sede, ou fome. Seu aspecto voraz disse-lhe algo que ela procurou empurrar para o lado. Seu olhar para aquele jovem, naquela situação, lhe revelou que ele tinha algo, sério. Ela ainda não sabia o que era. Mas, o pensamento de que ela podia fazer-lhe muito bem suplantou o insight anteror. Ela era uma pessoa muito autoconfiante.

Começou a pensar que já estava passando da hora de casar e aquela parecia ser a sua oportunidade segura.Mas, quem era aquele rapaz? Aquilo que ela pensava estaria por cima do que quer que seja que ele fosse.. No processo, um dia, olhando para trás na congregação, ele  estava sentado com um mulher e havia uma criança. Ela sentiu que talvez não fosse possível investir, no processo. Descansou por um tempo da ideia. Mas, ao visitar sua tia. Esta lhe disse que fosse para a igreja e frequentasse. Vivia só, precisava de companhia e amizades, no fim do mundo onde passara a morar. As palavras de sua tia  fez-la cair  na real. Sim, era só. Precisava de alguém. Ela comprou e usava uma aliança, para espantar assédios. Isto era eficaz em parte. Agora, olhando fotos antigas, ela percebeu que era uma moça muito bonita e não se dava conta disto. Nem levava isto em conta. Um desperdício 



 

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