segunda-feira, 31 de julho de 2017

Verdejando Maria.

D.Railda tem um sítio. Sua propriedade é bem grande e ela que cuida sozinha com um ajudante . Um rapaz que ajuda roçando o terreno , que ela vai e limpa. Colhe dos coqueiros e ela pega os cocos, os empilha e no cuidado com os bichos , na limpeza pesada. Temos boas prosas.Ela é de outra denominação religiosa mas, ama palestrar sobre as Escrituras. quando eu chego para conversar o café já está a ferver no fogo. Ela tem fogão de lenha na sua cozinha . Mas, usa pouco prefere o fogão moderno que ganhou da filha, no dia das mães.Me diz sempre: "abanar fogo cansa minha filha. Já abanei muito fogo.Preciso guardar força para capinar a roça e cuidar do velho enquanto ele tá vivo".Seu marido é acamado. Uma porção de coisas, junto com a coluna uma hérnia de disco que não pode ser operada, por causa de sua idade.Sempre conversamos no quarto para que ele aproveite e participe.Nesses momento ele se anima senta-se na cama, quer comer mais, relembra quando era jovem missionário em Moçambique.Fica com mais vida.Gostaria de vê-lo bom. No verão, ele fica mais disposto, menos dores. No inverno,, sempre se acama.Seu José fala novamente de sua experiência fora do Brasil, no continente África, onde nasceu.A chuva, o vento nos transporta para um lugar diferente, outro lugar. Parece que o quarto de D.Railda . Sua cama antiga e brilhosa por óleo de peroba, tudo muito limpo com cheiro de floresta, cheiro de frescura, tudo é transportado para outra dimensão . Vejo seu José bom, corado, sorrindo com sua boca de criança recém nascida e seus olhos brilhantes, sua carapina alvinha, levantar-se da cama e correr pelo quarto que é uma floresta, corremos por uma senda com raios de sol, acabou o frio, tudo está quente, corremos os três sob árvores, pulando raízes gordas.Seu José corre rápido,D.Railda corre logo depois dele, eu corro mais atrás deles.D Railda também corre em alta velocidade.... Estamos a gargalhar, envoltos em felicidade, um prazer inexplicável. Eles ficaram lá na floresta, eu volto para cá....Seu José conta e gesticula, tem ainda boa oratória......Eu ouço o som de sua voz, mas não sei o que ele diz.....Chuva, o vento na cortina azulzinha transparente. Lá fora , no sítio do casal, o verde sob a chuva bendita. Mas, não está chovendo no Sertão da Bahia.....Tomara que chova no Sertão. Tomara que chova, para encher Sobradinho....Transbordar o Nosso Rio, o Chicão,...Sinto um toque no meu ombro e um cheiro de café bem feito. D.Railda me chama para realidade......
Collet Zolah

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